quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Entrevista Picarelli com você : Trotes violentos em Universidades

No programa Picarelli com você trouxe uma discussão bastante polêmica nos ultimos anos: Trote Universitário.Recentemente em Campo Grande/ MS dois universitários (de 17 e 18 anos) foram internados em coma alcoólico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. O motivo: um trote no qual os “veteranos” do curso de Medicina Veterinária da Universidade Católica Dom Bosco resolveram recepcionar os calouros, em um posto de gasolina perto da instituição, forçando-os a ingerir grande quantidade de bebida alcoólica.

Eu pergunto a população..... Vcs acham que as Universidades deveriam expulsar os veteranos que praticam trote desumano?
Para explicar as consequencias de atos de violencia que acontecem nas Instituições de Ensino Superiores converso com o Dr.Zuliney Medeiros que faz parte da Comissao da OAB/MS. Essa entrevista completa vc pode conferir agora:



Segundo Janguiê Diniz Mestre em Doutor em Direito – Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional os trotes ocorridos em universidades são violações difíceis de punir e de encontrar culpados. A aprovação no vestibular de algumas universidades do Brasil passou a significar mais que alegria para pais e calouros. Tornou-se uma preocupação devido aos trotes aplicados pelos veteranos, que em alguns casos são de extrema violência.

Não é raro notícias sobre trotes violentos que acabam nas delegacias, isso quando não resultam em morte. Em várias faculdades, o “bicho” – como são chamados os calouros – são forçados a consumir bebida alcoólica, humilhados, empurrados e agredidos fisicamente.

Embora a maioria dos estudantes no Brasil não considere o trote como um ato violento, a perda de controle acontece em casos isolados, e depois de iniciado o ritual de recepção dos calouros, é muito difícil para os envolvidos mensurar quando as brincadeiras ultrapassam os limites e tornam-se violência.

O primeiro trote universitário no país, em 1831, acabou em morte na Faculdade de Direito de Olinda. Desde então, a maioria das instituições proibiu a prática, mas o ritual continua e, em muitos casos, violentamente. Como esquecer o caso do estudante de medicina Edison Tsung Chi Hsueh, que, em 1999, foi encontrado morto no fundo da piscina da Universidade de São Paulo (USP), após ter sido forçado a entrar no local sem saber nadar? Ali acabou o sonho de um jovem e, com certeza, acabou uma família.

O fato é que infelizmente, a maior parte dos casos de trotes violentos resulta apenas na expulsão dos principais envolvidos, ou simplesmente não houve nenhuma punição. Precisamos entender que o trote universitário é parte de uma cultura tão enraizada que não deixará de existir apenas pelas proibições das faculdades. É preciso punição severa para os que participam desses crimes. Além disso, faz-se necessário um trabalho mais profundo e contínuo para que esse comportamento, muitas vezes comparado ao período medieval, seja abandonado.

Não podemos aceitar que a violência nos trotes universitários seja vista como uma coisa normal. Esse tipo de prática não é e nunca será uma política de socialização no ensino superior. É importante que se tenham festas para que as pessoas possam confraternizar. Isso não é ruim. Mas se a festa se torna um lugar de violência, temos que pensar no que fazer com relação a isso.




(Janguiê Diniz Mestre em Doutor em Direito)

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